terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pessoas importantes que desfrutaram, na vida carnal, das energias de Ossanyìn


Francisco Alves Mendes Filho - "Xico Mendes"

(Xapuri, 15 de dezembro de 1944Xapuri, 22 de dezembro de 1988) foi umseringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato.
Biografia

Ainda criança, começou seu aprendizado do ofício de seringueiro, acompanhando o pai em excursões pela mata. Só aprendeu a ler aos 20 anos de idade, já que na maioria dos seringais não havia escolas, nem os proprietários de terras tinham intenção de criá-las em suas propriedades. Iniciou a vida de líder sindical em 1975, como secretário geral do recém-fundado Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia. A partir de 1976 participou ativamente das lutas dos seringueiros para impedir o desmatamento através dos "empates" - manifestações pacíficas em que os seringueiros protegem as árvores com seus próprios corpos. Organizava também várias ações em defesa da posse da terra pelos habitantes nativos.
Em 1977 participou da fundação do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, e foi eleito vereador pelo MDB local. Recebe então as primeiras ameaças de morte, por parte dos fazendeiros, e começa a ter problemas com seu próprio partido, que não se identificava com suas lutas.
Em 1979 Chico Mendes reúne lideranças sindicais, populares e religiosas na Câmara Municipal, transformando-a em um grande foro de debates. Acusado de subversão, é submetido a duros interrogatórios. Sem apoio, não consegue registrar a denúncia de tortura que sofrera em dezembro daquele ano. Chico Mendes foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores e um dos seus dirigentes no Acre, tendo participado de comícios com Lula na região. Em 1980 foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional a pedido de fazendeiros da região, que procuraram envolvê-lo no assassinato de um capataz de fazenda, possivelmente relacionado ao assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Brasiléia, Wilson Sousa Pinheiro. Em 1981 Chico Mendes assume a direção do Sindicato de Xapuri, do qual foi presidente até sua morte. Candidato a deputado estadual pelo PT nas eleições de 1982, não consegue se eleger. Acusado de incitar posseiros à violência, foi julgado pelo Tribunal Militar de Manaus, e absolvido por falta de provas, em 1984.
Liderou o 1º. Encontro Nacional dos Seringueiros, em outubro de 1985, durante o qual foi criado o Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), que se tornou a principal referência da categoria. Sob sua liderança a luta dos seringueiros pela preservação do seu modo de vida adquiriu grande repercussão nacional e internacional. A proposta da "União dos Povos da Floresta" em defesa da Floresta Amazônica busca unir os interesses dos indígenas, seringueiros, castanheiros, pequenos pescadores, quebradeiras de coco babaçu e populações ribeirinhas, através da criação de reservas extrativistas. Essas reservas preservam as áreas indígenas e a floresta, além de ser um instrumento da reforma agrária desejada pelos seringueiros.
Em 1987, Chico Mendes recebeu a visita de alguns membros da ONU, em Xapuri, que puderam ver de perto a devastação da floresta e a expulsão dos seringueiros causadas por projetos financiados por bancos internacionais. Dois meses depois leva estas denúncias ao Senado norte-americano e à reunião de um banco financiador, o BID. Os financiamentos a esses projetos são logo suspensos. Na ocasião, Chico Mendes foi acusado por fazendeiros e políticos locais de "prejudicar o progresso", o que aparentemente não convence a opinião pública internacional. Alguns meses depois, Mendes recebe vários prêmios internacionais, destacando-se o Global 500, oferecido pela ONU, por sua luta em defesa do meio ambiente.
Ao longo de 1988 participa da implantação das primeiras reservas extrativistas criadas no Estado do Acre. Ameaçado e perseguido por ações organizadas após a instalação da UDR no Estado, Mendes percorre o Brasil, participando de seminários, palestras e congressos onde denuncia a ação predatória contra a floresta e as violências dos fazendeiros contra os trabalhadores da região.
Após a desapropriação do Seringal Cachoeira, em Xapuri, propriedade de Darly Alves da Silva, agravam-se as ameaças de morte contra Chico Mendes que por várias vezes denuncia publicamente os nomes de seus prováveis responsáveis. Deixa claro às autoridades policiais e governamentais que corre risco de vida e que necessita de garantias. No 3º Congresso Nacional da CUT, volta a denunciar sua situação, similar à de vários outros líderes de trabalhadores rurais em todo o país. Atribui a responsabilidade pela violência à UDR. A tese que apresenta em nome do Sindicato de Xapuri, Em Defesa dos Povos da Floresta, é aprovada por aclamação pelos quase seis mil delegados presentes. Ao término do Congresso, Mendes é eleito suplente da direção nacional da CUT. Assumiria também a presidência do Conselho Nacional dos Seringueiros a partir do 2º Encontro Nacional da categoria, marcado para março de 1989, porém não sobreviveu até aquela data.


O assassinato de Chico Mendes


Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, quando saia de casa para tomar banho. Chico anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia e buscou proteção, mas autoridades e a imprensa não deram atenção. Casado com Ilzamar Mendes(2º esposa), deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente. Em 1992 foi reconhecida através de exames de DNA uma terceira filha.
A justiça brasileira condenou os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves Ferreira, responsáveis por sua morte, a 19 anos de prisão, em dezembro de 1990. Darly fugiu em fevereiro de 1993 e escondeu-se num assentamento do INCRA, no interior do Pará, chegando mesmo a obter financiamento público do Banco da Amazônia, sob falsa identidade. Só foi recapturado em junho de 1996. A falsidade ideológica rendeu-lhe uma segunda condenação: mais dois anos e oito meses de prisão.


Pena branda

A pena dos assassinos de Chico Mendes foi, no entanto, bem menor do que a aplicada em caso semelhante - o assassinato da missionária Dorothy Stang, morta no dia 12 de fevereiro de 2005, em Anapu, no oeste do Pará. O fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, mandante do crime, foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Belém. Com base no caso Chico Mendes, a defesa de Bida vai pedir redução de sua pena em novo julgamento. "Pena máxima é só em filme americano", acredita o advogado de Bida, Ércio Quaresma, embora seu cliente tenha demonstrado personalidade violenta, inadaptada ao convívio social, e seja culpado de crime hediondo com propósito de exterminar a vítima covardemente, segundo o Conselho de Sentença, que lhe negou o direito de recorrer da sentença em liberdade.


Benefício para o mandante do crime

Em dezembro de 2007, na mesma semana em que o assassinato de Chico Mendes completava 19 anos, uma decisão da juíza Maha Kouzi Manasfi e Manasfi beneficiou o fazendeiro Darly Alves da Silva com a prisão domiciliar até março de 2008, no conforto na casa-sede da Fazenda Paraná, em Xapuri, local onde a morte de Chico Mendes foi tramada e onde o fazendeiro poderá cuidar de uma gastrite crônica. Darly havia sido recolhido ao cárcere de Rio Branco em agosto de 2006, depois de ter sido julgado e condenado em júri popular como mandante do crime. [2]. Após o assassinato de Chico Mendes se juntaram mais de trinta entidades sindicalistas, religiosas, políticas, de direitos humanos e ambientalistas para formar o "Comitê Chico Mendes". Eles exigiram providencias e através de articulação nacional e internacional botaram pressão nas órgãos oficiais para que o crime seja punido. Em 1990 os fazendeiros Darly e Darcy Alves da Silva foram considerados culpados do assassinato e condenados a 19 anos de reclusão. Em 1993 eles escaparam da prisão e foram novamente captados em 1996. O caso Chico Mendes despertou pela primeira vez a atenção internacional para os problemas dos seringueiros. Através do assassinato, Chico Mendes tornou-se mais uma vez representante dos muitos outros moradores da floresta assassinados, desapossados ou ameaçados.


E depois de tudo

Como resultado da luta de Chico Mendes, o Brasil tinha, em 2006, 43 reservas extrativistas (Resex) que abrangiam 8,6 milhões de hectares e abrigavam 40 mil famílias. Este tipo de Unidade de Conservação (UC) de uso sustentável garante legalmente a preservação dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, a manutenção da atividade econômica e a posse coletiva da terra pelas populações tradicionais (seringueiros, castanheiros, babaçueiros, caiçaras etc). A criação de uma Resex e a regularização fundiária estabelecida por ela, permitem a esses grupos ter acesso a financiamento agrícola, programas de segurança alimentar e investimentos na comercialização de seus produtos. Também fica mais fácil conseguir a construção de escolas e postos de saúde. [3]
Em 1989, o Grupo Tortura Nunca Mais, uma ONG brasileira de direitos humanos, criou o prêmio Medalha Chico Mendes de Resistência, uma homenagem não só ao próprio Chico Mendes, mas também a todas as pessoas ou grupos que - segundo a entidade - lutam pelos direitos humanos. O prêmio é entregue todos os anos e personalidades como Dom Paulo Evaristo Arns, Jaime Wright, Luísa Erundina, Hélio Bicudo, Paulo Freire, Barbosa Lima Sobrinho, Herbert de Sousa, Alceu Amoroso Lima, Luís Fernando Veríssimo, Zuzu Angel, Oscar Niemeyer, Brad Will e organizações como a Human Rights Watch, Anistia Internacional, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Centro de Mídia Independente (CMI) e a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo já receberam a homenagem. [4]
Em 10 de dezembro de 2008, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprovou, em Rio Branco, no Acre, a condição de anistiado político post-mortem de Chico Mendes. O pedido de anistia havia sido protocolado pela viúva Ilzamar Mendes em 2005.


Ligações externas:
Página do comitê Chico Mendes , 15 anos depois, Darly nega a autoria do assassinato , Página sobre a Medalha Chico Mendes de Resistência no site oficial do grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, Vídeo da cerimônia de entrega da Medalha Chico Mendes de Resistência de 2008, A Floresta e seus Povos, artigo sobre o Congresso dos Povos da Floresta 1989, Chico Mendes group on Face Book
 


Oswaldo Gonçalves Cruz - Oswaldo Cruz


[1] (São Luís do Paraitinga, 5 de agosto de 1872Petrópolis, 11 de fevereiro de 1917) foi um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro.
Foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou em
1900 o Instituto Soroterápico Nacional no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.

Biografia



Filho de cariocas, nasceu no interior de São Paulo. Aos 5 anos de idade acompanhou a família em seu retorno ao Rio de Janeiro. Ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1887, formando-se em 1892. Em 1896, estagiou no Instituto Pasteur, em Paris, onde foi discípulo de Émile Roux, seu diretor na época. Voltou ao Brasil em 1899 e organizou o combate ao surto de peste bubônica registrado em Santos (SP) e em outras cidades portuárias brasileiras. Demonstrou que a epidemia era incontrolável sem o emprego do soro adequado. Como a importação era demorada à época, propôs ao governo a instalação de um instituto para fabricá-lo.

Foi então criado o Instituto Soroterápico Federal (1900), cuja direção assumiu em 1902. Diretor-geral da Saúde Pública (1903), coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada, o que ficou conhecido como Revolta da Vacina. Sua influência na luta contra a febre amarela foi tal, que acabou virando reportagem de capa na Revista da Semana (outubro de 1904).
Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, realizado em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).
Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Em 1916, ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato.

Foi o grande responsável pela criação do conhecido Instituto Oswaldo Cruz , também atualmente apoiado como Fundação Oswaldo Cruz, que anteriormente foi oInstituto Soroterápico contra a febre amarela. Este homem, de grande importância para o Brasil, foi pioneiro na construção de um castelo-sede do Instituto. Tal construção inivadora remeteu ao País, status de primeiro mundo.
Mas independente da beleza e requinte exigidos pelo próprio cientista, não foi esse o maior feito dele, e sim, o seu altruísmo e espírito vanguardista na luta contra moléstias que assolavam toda a população, na época. Ele foi um grande personagem que pensava no bem comum. Um exemplo a ser seguido por todos da área científica; um eterno aventureiro, que não media esforços para solucionar os problemas de saúde pública. Este era Oswaldo cruz; grande homem, notável e acima de tudo, cidadão brasileiro.
Interessado em outras fontes, veja também: Município de Osvaldo Cruz (São Paulo) Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Revolta da Vacina, A.A.A. Oswaldo Cruz, Museu da Vida.

Ligações externas:
Portal Fiocruz - Página da Fundação Oswaldo Cruz , Museu da Vida - visita à exposição sobre Osvaldo Cruz , Biografia no sítio da Academia Brasileira de Letras .
 

domingo, 2 de agosto de 2009

As lendas de Ossanyin


Algumas lendas cercam o universo deste orixá. Uma delas é esta: Ossain era o único orixá que sabia reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas e usá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabia, como ninguém, fazer misturas mágicas com os vegetais, raízes e folhas. Os outros orixás também tinham o desejo de possuir suas próprias folhas, bem como o conhecimento necessário para receber o axé proveniente delas, mas Ossain não revelava seus segredos e não deixava ninguém apanhar folhas em suas florestas. Oyá (Iansã) não aceitava essa situação, pois sua aldeia estava sendo assolada por doenças, e nada podia ser feito. Foi, então, que ela pediu a Ossain que lhe desse algumas folhas e seus respectivos encantamentos, mas este negou-se a fazê-lo. Oyá ficou muito contrariada, não se conformando com uma atitude tão insensível. Sua fúria incontrolável fez levantar o vento. E o vento foi tão forte, que as folhas se desprenderam das árvores, voando para todos os cantos da floresta. Ossain gritava: “Minhas folhas, minhas folhas”. A cabaça com os segredos ficou exposta por algum tempo, possibilitando aos orixás a oportunidade de absorver uma pequena parte desse conhecimento. Assim, os orixás cataram suas folhas, que seriam utilizadas em seus rituais sagrados; porém, não podiam dispensar a ajuda de Ossain, pois ele sempre será o grande sábio da floresta.

Outra lenda nos conta que Ossain trabalhava na roça de Orunmilá, que é um orixá fun-fun (da cor branca) e detentor do conhecimento do oráculo divinatório. Ossain tinha a tarefa de cultivar os campos, mas recusava-se a limpar o terreno para fazer a semeadura. Ele não conseguia podar as plantas, pois achava utilidade em todas elas. Essas folhas podiam curar todo tipo de doença existente.Orunmilá, vendo que o serviço não saía, foi ver o que estava acontecendo. Ossain explicou seus motivos, fazendo com que o grande orixá fun-fun percebesse estar diante de um ser encantado e de grande conhecimento. Ao invés de castigá-lo, deu-lhe uma posição de destaque dentro do oráculo de Ifá. Dessa forma, Orunmilá teria, perto de si, alguém para lhe revelar os segredos das folhas.


Esse é outro modo de contar a priomeira lenda descrita neste blog, mas que é a mais aceita: Òsanyin, filho de Nanã e irmão de Osumare, Ewá e Obaluayê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o Orisá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os Orisás recorriam a Òsanyin para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Òsanyin na luta contra a doença. Todos iam à casa de Òsanyin oferecer seus sacrifícios. Em troca Òsanyin lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens. Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males. Um dia Sango, que era o deus da justiça, julgou que todos os Orisás deveriam compartilhar o poder de Òsanyin, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Sango sentenciou que Òsanyin dividisse suas folhas com os outros Orisás. Mas Òsanyin negou-se a dividir suas folhas com os outros Orisás. Sango então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Òsanyin para que fossem distribuídas aos Orisás. Iansã fez o que Sango determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Sango. Òsanyin percebeu o que estava acontecendo e gritou: - "Euê Uassá!". "As folhas funcionam!" Òsanyin ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Òsanyin. Quase todas as folhas retornaram para Òsanyin. As que já estavam em poder de Sango perderam o Axé, perderam o poder da cura. O Orisá Rei, que era um Orisá justo, admitiu a vitória de Òsanyin. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Òsanyin e que assim devia permanecer através dos séculos. Òsanyin, contudo, deu uma folha para cada Orisá, deu uma euê para cada um deles. Cada folha com seus axés e seus efós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Òsanyin distribuiu as folhas aos Orisás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si. Òsanyin não conta seus segredos para ninguém, Òsanyin nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os Orisás ficaram gratos a Òsanyin e sempre o reverenciam quando usam as folhas.
Òrìsà das Folhas e das Matas !!! Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas. Veja essa lenda, como expressa essa rivalidade e posterior "acordo' entre eles, e revela como Ossanyin é mais antigo até do que os seus ditos "pais": Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ? Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra. Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho. Perguntou: Òsanyìn onde vai? Òsanyìn disse; "Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios". Òrúnmílá disse, muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pode apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes. Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia. Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos. Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas.
Mais uma que revela o caráter próspero, porém racional deste orixá: Desde pequeno Òsanyìn andava metido mata adentro. Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. Um dia Òsanyìn resolveu partir pelo mundo. Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro. Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas. Òsanyìn não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico. Tempos depois, a mãe de Òsanyìn adoeceu. Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Òsanyìn exigiu o pagamento de sete cauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse no mundo, sem receber algo. Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete cauris e sua mãe foi salva. Òsanyìn curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.

Òsanyìn havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Sangô se queixou à sua mulher, Yansan-Oyá, senhora dos ventos, de que somente Òsanyìn conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros deuses estavam no mundo sem possuir poder sobre nenhuma planta. Oyá levantou as saias e agitou-as, impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Òsanyìn guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de iroco. Quando viu que o vento havia soltado a cabaça e que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou "Ewê O!! Ewê O!" (Oh! as folhas!! Oh! as folhas!!) As folhas voaram pelo mundo e os Orisás se apoderaram de algumas delas, mas Òsanyìn continuou dono do segredo das suas virtudes e dos cantos e palavras que devem se dizer para que sua força, Axé, apareça.

Uma outra lenda também revela que Ossanyin e Orunmilá eram adversários. Ossanyin vivia pregando peças em Orunmilá e fazendo-lhe feitiços. Mas Orunmilá não sabbia quem era esse inimigo. Pediu ajuda à Xangô e este disse que se quisesse saber deveria fazer oferenda ao Deus do Fogo, incendiando mudas de algodão. Assim orunmilá o fez. Na mesma hora em que Orunmilá foi fazer a oferenda na mata, Ossanyin estava lá a colher folhas para seus feitiços contra orunmilá. E neste momento, O deus do fogo ouviu Orunmilá e aceitou sua oeferenda, fazendo cair um forte raio na mata que atingiu Ossanyin, deixando-o sem uma perna, um braço e cego de um oplho. Orunmilá, ao correr para acudir a vítima do raio, avistou Ossanyin e descobriu quem era seu inimigo.


Quem mais souber alguma lenda que revele mais sobre este orixá, pode informar e indicar aqui mesmo no blog.

Um pouco mais sobre Ossaniyn


Alguns estudiosos e iniciados no candomblé relatam que esta divindade era originária de Iraô, atualmente na Nigéria, muito próxima com a fronteira com o antigo Daomé. Não faz parte, como muitos pensam, do panteão Jeje assimilado pelos Nagô (os 16 companheiros de Odùdùwa quando na chegada de Ifá), como Nanã, Omolú, Oxumaré e Ewá. Ossaim é um deus originário da etnia Iorubá. Contudo, é evidente que entre os Jeje havia um deus responsável pelas folhas, e Ágüe é o seu nome, por isso Ossaim dança bravun e sató, a exemplo dos deuses do antigo Daomé. Está extremamente ligado a Orunmilá, Senhor das Adivinhações. De acordo com a história desse orixá, há uma rivalidade entre Ossaim e Orunmilá, que reflete, na verdade, a antiga disputa entre os Oníìsegùn – mestres em medicina natural que dominavam o poder das folhas – e os Babalawó – sacerdotes versados nos profundos mistérios do cosmo e do destino dos seres, os pais do segredo. Estas relações, hoje cordiais e de franca colaboração, atravessaram no passado período de rivalidade. Algumas lendas refletem as lutas pela primazia e pelo prestígio. Uma delas fala como Osanyin virou escravo de Orunmilá (Ifá). Dizem que este último precisava de um escravo e mandou que o comprassem no mercado. Osanyin estava lá e foi comprado. Na hora de começar o trabalho, Osanyin percebeu que ía cortar a erva que curava a febre, a erva que curava as dores de cabeça e outra que supria as cólicas. "Na verdade, disse ele, não posso arrancar ervas tão necessárias". Orunmilá tomando conhecimento do fato, quis ver quais eram as ervas de tão grande valor. Convencido do valor de Osanyin decidiu que ele ficaria sempre ao seu lado durante as consultas. Daí se conhece um pouco da liberdade e autonomia conquistada por Ossanyin.


Sabe-se então, que esta energia foi viver na mata, em companhia de Aroni, uma espécie de "ser encantado da floresta" que tem uma única perna, cabelos vermelhos e fuma um cachimbo feito de concha de caramujo. Aroni e Ossanyin são então, os guardiões da mata e enfeitiçam, brincam e espantam da mata os homens, quando percebem que estes destruirão as matas. Hoje, o sincretismo e o folclore o colocam como sendo o popular Curupira e o Saci Pererê. Mas, sabemos que este orixá é mais do que isso. É um ser antigo no planeta, que tem uma utilidade primordial ainda não aproveitada o máximo. Mas, se o homem continuar se afastando de suas raízes e buscando cada vez mais destruir o planeta com poluição, desmatamento e ganância, talvez perdamos a essência de tudo o que poderá gerar vida e renovação um dia.


Aroni, no culto é considerado um mensageiro e companheiro de Ossanyin. para muitos este é dado como o "exú" dos caminhos deste orixá. O saci, o brincalhão. Pode também, ser chamado de "Calunga", ou "Calunguinha" da mata; o que esconde e torna a desvendar coisas, o que brinca com os desprevinidos na mata. Enfim, são muitos os mistérioos de Ossanyin!
Um pouco sobre o "sexo" de Ossanyin: Uma confusão latente refere-se ao sexo deste orixá; é preciso esclarecer que se trata de um orixá do sexo masculino. Entretanto, como feiticeiro e estudioso das plantas, não teve tempo de relacionamentos amorosos. Sabe-se que foi parceiro de Iansã, mas o controvertido relacionamento com Oxóssi, que ninguém pode afirmar se foi ou não amoroso, é o mais comentado. Na verdade, Ossaim e Oxóssi possuem inúmeras afinidades: ambos são orixás do mesmo espaço, da floresta, do mato, das folhas, grandes feiticeiros e conhecedores dos segredos da mata, da Terra.

O arquétipo dos filhos deste orixá: são pessoas equilibradas, que controlam bem os sentimentos e emoções, que buscam religiosidade e espritualidade. São justos nos seus julgamentos, pois não deixam simpatias e antipatias interferirem neles. Por isso são frios e racionais em suas decisões. São pessoas extremamente reservadas, não se metem em questões que não lhe dizem respeito e são discretos. Preferem o isolamento, a reuniões sociais e não gostam de falar de suas vidas. Preferem deixar essa parte sob mistério. Nada que seja tão grave, mas preferem deixar suas vidas consigo mesmos. Também não buscam saber da vida alheia. Detestam intrigas, fofocas e confusões. São dedicados no cumprimento de suas tarefas e caprichosas em seu trabalho. Não gostam de fazer nada sob pressão, ou apressadamente. Por esta razão, não são ligados a horários e preferem ter liberdade de ação, em seu trabalho. Não suportam um "chefe" ou subalternos. Adoram atividades artesanais que desempenhem paciência.
As qualidades de Ossanyin: ainda como iniciante no culto, não detenho as qualidades deste orixá, meu protetor. O pouco que ainda me foi passado é que existem poucas qualidades deste orixá. Sabe-se de duas, ou quatro qualidades (irradiações), mas estas ainda não foram passadas a mim. O que sei é que uma tem maior afinidade com omulu e obaluaiê, outra com afinidade maior com Oxoguiãn e outra com afinidade maior com Xangô. Mas, todas elas desfrutam da mesma força e divindade.

As características dos filhos de Ossain: os filhos deste orixá são pessoas discretas, que gostam de ter suas vidas sob mistério e sob discrição, apreciam as atividades artesanais e que detenham paciência, são caprichosos e perfeccionistas nas suas atividades, sejam elas quais forem. Não apreciam fofocas, ou intrigas e são bons amigos. Guardam segredos, são honestas e ligadas a religiosidade e espiritualidade. Geralmente, os filhos deste orixá possuem uma versatilidade muito grande, quando se fala em espiritualidade. Podem transitar por várias crenças, como estudiosos, filósofos, ou adeptos, pois detêm, junto de seu orixá, "lembranças" reencarnatórias de suas passagens e conhecimento. São idealistas e ligados também, às atividades ecológicas e médicas. São bons médicos, curadores, curandeiros e rezadores. São pessoas reservadas e não são dados a encontros sociais. Preferem o isolamento. Não suportam fazer nada apressadamente, por isso, não apreciam "chefes" pressionadores e subalternos. Gostam de liberdade para trabalhar. Não são ligados em horários e preferem atividades que não cobre tanto isso. mas, são bons seguidores dos deveres, o que lhes confere uma boa índole. Se, por acaso, seu trabalho exija um certo horário, buscam fazê-lo da melhor forma possível.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Festa da Yemanjá em Sepetiba, jan 2009





































Ossanyn, o senhor das folhas

Vamos falar agora deste orixá,
pouco conhecido, até mesmo entre os membros do culto candomblecista. É o orixá que comanda o poder das folhas, senhor da mata e detentor do axé. Em cerimônias de iniciação e "oros" do candomblé, não se faz reverência nem se utiliza as folhas, sem a permissão e participação de Ossaniyn. É tão importante dentro do culto, que se no momento do "oro", o Babalorixá ou a Yalorixá verificar pelos búzios que Ossaniyn não permitiu aquela cerimônia, esta deve ser adiada e pedir agô (licença) a Ossaniyn, até que ele a permita. Afinal, o candomblé e suas cerimônias são feitas a partir do poder das folhas sagradas (ewés), e este poder é dado através de Ossanyin. Por esta razão, no culto há uma expressão que diz: "Ko si ewé ko si Orisa" - Sem folha não há Orixá.

Este orixá é uma força da natureza indomável e encantado. Acredita-se que sua filiação seja Oxalá e Nanã, mas na realidade, não possui filiação, ou não se conhece realmente quais orixás deram origem a Ossaniyn. Suas cores são o verde, o branco, mas também há o rosa, o vermelho e o azul. Muitas pessoas acreditam que Ossaniyn é dual (homem e mulher), outros acreditam que ele seja uma cabocla da mata, sendo chamada Ossanha, mas não é bem assim . Apesar de ter uma natureza "encantada", é de polaridade masculina. E por ser tão diferente e encantado é capaz de entrar em todas as giras: seja de orixá, ou de caboclos, ou de povo de rua. Ele se alimenta de todo o tipo de comida e caça. Mas aprecia muito em suas oferendas, a batata-doce, com fumo-de-rôlo, milho e aguardente com sumo de ervas e mel, muito mel. Ele também é "balé", ou seja, atua também nos cemitérios e transita, assim como Iansã, por estas bandas. Afinal, ele pode entrar em qualquer portal, ou gira. Por ser o orixá das folhas e conhecedor dos seus poderes, Ossaniyn também é curador e um grande feiticeiro. Dizem que ele juntamente com Oxum, são os grandes senhores dos feitiços de amor. E também, junto com as grandes mães ancestrais (yamins) comandam feitiços de naturezas diversas.
Por esta razão ele é reverenciado, até pelos próprios orixás. E temido também. Dentro da nação, acredita-se que este orixá é responsável pela construção sólida de um barracão, ou terreiro. Não se pode ter um barracão próspero, se não houver um assentamento de ossanyin bem feito. Ele traz os orixás, assim como também os leva de volta, se não apreciar o andamento das cerimônias, se houver mistificação, ou se for dada pouca importância a ele. Por isso dizemos que não se prende ossanyin em um barracão. Essa energia permanece em um barracão, se este for construído sobre bases sólidas. Não se deve indispor com este orixá. A ira dele é implacável, pois ele é temperamental, ou melhor, não aceita injustiça nem arrogância. é de natureza independente, por isso diz-se que é um orixá solitário. Vive só na mata e se mantém em equilíbrio com ela, sem necessitar dos outros orixás. É auto-suficiente. Por isso seu poder é ao mesmo tempo, benéfico e perigoso.
Seu elemento é Terra ou ar, já que está inserido em toda a natureza. Os roda-moinhos, os furacões, também são seus fundamentos e formas de expressão dessa divindade. Por isso, a afinidade deste orixá com Iansã é grande, pois esta yabá também tem essas formas da natureza como elementos representativos. Ossanyin é um orixá versátil. Transita em diversos cultos, mesmo não sendo reconhecido. É orixá ligado a questões idealistas, ecológicas, científicas. Tem afinidade com o mar também, principalmente quando se fala nos grandes cataclismas e roda-moinhos. é uma força de movimento, início, impulsão. Merece ser mais estudado e reconhecido. Mas, infelizmente, poucos falam deste orixá, pois poucos o conhecem.
Seu símbolo é um pássaro (Eye). O seu Igbá ory é representado com ferro, através de uma árvore com sete ramos com o Eye na sua aste central. Seu dia da semana é quinta-feira.







As nações do candomblé

Existem diversas nações aqui no país que dão corpo ao candomblé: Nagô ou Iorubá, Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português), Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo ; Ijexá principalmente na Bahia;Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo; Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão; Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto). Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Quicongo e Quimbundo línguas. Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios); Jeje.
A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje, (Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje) ; Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão.
Apesar de muitos pensarem que o candomblé é uma religião panteísta, por reverenciar várias divindades, não é verdade. É religião monoteísta, pois acredita em um Deus, chamado Olorum, para a nação Ketu; Nzambi, ou Zambiapongo para a nação Bantu e Mawu, para a nação Jeje. Em virtude do sincretismo com a religião católica, estes são considerados o mesmo Deus.

Candomblé, religião dos orixás.

Candomblé é o culto realizado para reverenciar os orixás (forças da natureza), e por esta razão é uma religião chamada anímica. Teve origem no Brasil com a vinda dos negros escravos africanos, entre 1549 e 1888. O interessante sobre esta cultura é que, na África, a religião se baseia no culto aos ancestrais, e este culto era dividido em nações, ou grupos. Com a escravidão e a vinda destes "reis africanos" para o Brasil, houve uma mistura entre estas nações (Yorubá, Fon, ewe, etc.), unindo vários ritos em um só, e dando força à criação do candomblé.
O Brasil foi o principal país onde tal religião foi construída. Mas, outros países também reverenciam o camdomblé, como também Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
Por ser parte de um ritual religioso realizado por negros escravos, o candomblé enfrentou preconceitos por parte da Igreja católica, referência religiosa dominante na época. Por conta disso, foi marginalizada e proibida por vários governos. Mas isso não impediu a sua divulgação. Mesmo sendo proibida, as "reuniões" entre os escravos nas senzalas ocorriam, e lá esrtes se comunicavam com seus orixás. Para que pudessem continuar reverenciando seus deuses, os negros passaram a fazer um paralelo entre estes e os santos católicos. Daí surgiu então, o sincretismo religioso, que até hoje se vê nos candomblés e templos espiritualistas. A partir da abolição da escravatura, em 1888, o candomblé tomou força e expandiu. Estabeleceu-se com seguidores de diversas classes sociais e criações de milhares de templos. No Brasil, o Estado onde mais esta religião se expandiu foi na Bahia, particularmente em Salvador, com a criação de 2330 templos.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yorubá, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.
O candomblé é o resultado desta transição dos negros escravos para países como o nosso, ou seja, uma união de culturas. As nações africanas fonte desta religião ( yoruba, ewe, fon, e bantu) foram se espalhando em diversas regiões do país, entre grupos étnicos diferentes, o que gerou "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais. Por isso, o candomblé é único.

Sejam benvindos!!!



Oi, amigos! Criei este blog com vários objetivos: informação sobre as religiões espiritualistas e também para arquivar lembranças nossas, como festas, reuniões, etc. espero que além disso, este blog também seja consultado como fonte de informações da nossa religião, tão discriminada. Vamos dar um basta ao preconceito e a discriminação religiosa.

A verdade sobre a Divindade se encontra dentro de cada um de nós e não depende de ritos. Cristo não criou rituais, na sua passagem pela Terra, para mostrar ao mundo que pouco importava para Ele e para Deus, a forma como nos comunicávamos com Ele. Bastava emanar amor à Deus e ao próximo, como a nós mesmos, assim o Mestre falou. Então, basta de intolerância religiosa! Quem somos nós para julgarmos as relaidades espirituais? Não somos ninguém.

E, se nos concentrarmos e estudarmos a fundo, a origem dos rituais, veremos que em algumas situações, são necessários, por conta da espiritualidade que nos cerca. às vezes, se faz necessário sacrifício, iniciação e outros "oros", como dizem os candomblecistas. Portanto, deixemos de lado os julgamentos. Cada um se paroxima de Deus, de acordo com sua realidade espiritual. Este será o objetivo do site. Muito axé para todos!