Algumas lendas cercam o universo deste orixá. Uma delas é esta: Ossain era o único orixá que sabia reconhecer e despertar os poderes mágicos das plantas e usá-los para curar as enfermidades, ou nos rituais litúrgicos. Ele sabia, como ninguém, fazer misturas mágicas com os vegetais, raízes e folhas. Os outros orixás também tinham o desejo de possuir suas próprias folhas, bem como o conhecimento necessário para receber o axé proveniente delas, mas Ossain não revelava seus segredos e não deixava ninguém apanhar folhas em suas florestas. Oyá (Iansã) não aceitava essa situação, pois sua aldeia estava sendo assolada por doenças, e nada podia ser feito. Foi, então, que ela pediu a Ossain que lhe desse algumas folhas e seus respectivos encantamentos, mas este negou-se a fazê-lo. Oyá ficou muito contrariada, não se conformando com uma atitude tão insensível. Sua fúria incontrolável fez levantar o vento. E o vento foi tão forte, que as folhas se desprenderam das árvores, voando para todos os cantos da floresta. Ossain gritava: “Minhas folhas, minhas folhas”. A cabaça com os segredos ficou exposta por algum tempo, possibilitando aos orixás a oportunidade de absorver uma pequena parte desse conhecimento. Assim, os orixás cataram suas folhas, que seriam utilizadas em seus rituais sagrados; porém, não podiam dispensar a ajuda de Ossain, pois ele sempre será o grande sábio da floresta.
Outra lenda nos conta que Ossain trabalhava na roça de Orunmilá, que é um orixá fun-fun (da cor branca) e detentor do conhecimento do oráculo divinatório. Ossain tinha a tarefa de cultivar os campos, mas recusava-se a limpar o terreno para fazer a semeadura. Ele não conseguia podar as plantas, pois achava utilidade em todas elas. Essas folhas podiam curar todo tipo de doença existente.Orunmilá, vendo que o serviço não saía, foi ver o que estava acontecendo. Ossain explicou seus motivos, fazendo com que o grande orixá fun-fun percebesse estar diante de um ser encantado e de grande conhecimento. Ao invés de castigá-lo, deu-lhe uma posição de destaque dentro do oráculo de Ifá. Dessa forma, Orunmilá teria, perto de si, alguém para lhe revelar os segredos das folhas.
Esse é outro modo de contar a priomeira lenda descrita neste blog, mas que é a mais aceita: Òsanyin, filho de Nanã e irmão de Osumare, Ewá e Obaluayê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o Orisá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os Orisás recorriam a Òsanyin para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Òsanyin na luta contra a doença. Todos iam à casa de Òsanyin oferecer seus sacrifícios. Em troca Òsanyin lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens. Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males. Um dia Sango, que era o deus da justiça, julgou que todos os Orisás deveriam compartilhar o poder de Òsanyin, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Sango sentenciou que Òsanyin dividisse suas folhas com os outros Orisás. Mas Òsanyin negou-se a dividir suas folhas com os outros Orisás. Sango então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Òsanyin para que fossem distribuídas aos Orisás. Iansã fez o que Sango determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Sango. Òsanyin percebeu o que estava acontecendo e gritou: - "Euê Uassá!". "As folhas funcionam!" Òsanyin ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Òsanyin. Quase todas as folhas retornaram para Òsanyin. As que já estavam em poder de Sango perderam o Axé, perderam o poder da cura. O Orisá Rei, que era um Orisá justo, admitiu a vitória de Òsanyin. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Òsanyin e que assim devia permanecer através dos séculos. Òsanyin, contudo, deu uma folha para cada Orisá, deu uma euê para cada um deles. Cada folha com seus axés e seus efós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Òsanyin distribuiu as folhas aos Orisás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si. Òsanyin não conta seus segredos para ninguém, Òsanyin nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os Orisás ficaram gratos a Òsanyin e sempre o reverenciam quando usam as folhas.
Òrìsà das Folhas e das Matas !!! Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas. Veja essa lenda, como expressa essa rivalidade e posterior "acordo' entre eles, e revela como Ossanyin é mais antigo até do que os seus ditos "pais": Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ? Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra. Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho. Perguntou: Òsanyìn onde vai? Òsanyìn disse; "Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios". Òrúnmílá disse, muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pode apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes. Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia. Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos. Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas.
Mais uma que revela o caráter próspero, porém racional deste orixá: Desde pequeno Òsanyìn andava metido mata adentro. Conhecia todas as folhas, sabendo empregá-las na cura de doenças e outros males. Um dia Òsanyìn resolveu partir pelo mundo. Por onde andava era aclamado como o grande curandeiro. Certa vez salvou a vida de um rei, que em recompensa deu-lhe muitas riquezas. Òsanyìn não aceitou nada daquilo; disse que aceitaria somente os honorários que seriam pagos a qualquer médico. Tempos depois, a mãe de Òsanyìn adoeceu. Sendo procurado por seus irmãos e para espanto destes, Òsanyìn exigiu o pagamento de sete cauris por seus serviços, pois não poderia trabalhar para quem quer que fosse no mundo, sem receber algo. Mesmo contrariados os irmãos pagaram-lhe os sete cauris e sua mãe foi salva. Òsanyìn curou a mãe e seguiu caminho, pois ele é a folha e tinha que estar livre para o mundo.
Òsanyìn havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Sangô se queixou à sua mulher, Yansan-Oyá, senhora dos ventos, de que somente Òsanyìn conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros deuses estavam no mundo sem possuir poder sobre nenhuma planta. Oyá levantou as saias e agitou-as, impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Òsanyìn guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de iroco. Quando viu que o vento havia soltado a cabaça e que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou "Ewê O!! Ewê O!" (Oh! as folhas!! Oh! as folhas!!) As folhas voaram pelo mundo e os Orisás se apoderaram de algumas delas, mas Òsanyìn continuou dono do segredo das suas virtudes e dos cantos e palavras que devem se dizer para que sua força, Axé, apareça.
Òsanyìn havia recebido de Olodumaré o segredo das ervas. Estas eram de sua propriedade e ele não as dava a ninguém, até o dia em que Sangô se queixou à sua mulher, Yansan-Oyá, senhora dos ventos, de que somente Òsanyìn conhecia o segredo de cada uma dessas folhas e que os outros deuses estavam no mundo sem possuir poder sobre nenhuma planta. Oyá levantou as saias e agitou-as, impetuosamente. Um vento violento começou a soprar. Òsanyìn guardava o segredo das ervas numa cabaça pendurada num galho de iroco. Quando viu que o vento havia soltado a cabaça e que esta tinha se quebrado ao bater no chão, ele gritou "Ewê O!! Ewê O!" (Oh! as folhas!! Oh! as folhas!!) As folhas voaram pelo mundo e os Orisás se apoderaram de algumas delas, mas Òsanyìn continuou dono do segredo das suas virtudes e dos cantos e palavras que devem se dizer para que sua força, Axé, apareça.
Uma outra lenda também revela que Ossanyin e Orunmilá eram adversários. Ossanyin vivia pregando peças em Orunmilá e fazendo-lhe feitiços. Mas Orunmilá não sabbia quem era esse inimigo. Pediu ajuda à Xangô e este disse que se quisesse saber deveria fazer oferenda ao Deus do Fogo, incendiando mudas de algodão. Assim orunmilá o fez. Na mesma hora em que Orunmilá foi fazer a oferenda na mata, Ossanyin estava lá a colher folhas para seus feitiços contra orunmilá. E neste momento, O deus do fogo ouviu Orunmilá e aceitou sua oeferenda, fazendo cair um forte raio na mata que atingiu Ossanyin, deixando-o sem uma perna, um braço e cego de um oplho. Orunmilá, ao correr para acudir a vítima do raio, avistou Ossanyin e descobriu quem era seu inimigo.
Quem mais souber alguma lenda que revele mais sobre este orixá, pode informar e indicar aqui mesmo no blog.