terça-feira, 28 de julho de 2009

Festa da Yemanjá em Sepetiba, jan 2009





































Ossanyn, o senhor das folhas

Vamos falar agora deste orixá,
pouco conhecido, até mesmo entre os membros do culto candomblecista. É o orixá que comanda o poder das folhas, senhor da mata e detentor do axé. Em cerimônias de iniciação e "oros" do candomblé, não se faz reverência nem se utiliza as folhas, sem a permissão e participação de Ossaniyn. É tão importante dentro do culto, que se no momento do "oro", o Babalorixá ou a Yalorixá verificar pelos búzios que Ossaniyn não permitiu aquela cerimônia, esta deve ser adiada e pedir agô (licença) a Ossaniyn, até que ele a permita. Afinal, o candomblé e suas cerimônias são feitas a partir do poder das folhas sagradas (ewés), e este poder é dado através de Ossanyin. Por esta razão, no culto há uma expressão que diz: "Ko si ewé ko si Orisa" - Sem folha não há Orixá.

Este orixá é uma força da natureza indomável e encantado. Acredita-se que sua filiação seja Oxalá e Nanã, mas na realidade, não possui filiação, ou não se conhece realmente quais orixás deram origem a Ossaniyn. Suas cores são o verde, o branco, mas também há o rosa, o vermelho e o azul. Muitas pessoas acreditam que Ossaniyn é dual (homem e mulher), outros acreditam que ele seja uma cabocla da mata, sendo chamada Ossanha, mas não é bem assim . Apesar de ter uma natureza "encantada", é de polaridade masculina. E por ser tão diferente e encantado é capaz de entrar em todas as giras: seja de orixá, ou de caboclos, ou de povo de rua. Ele se alimenta de todo o tipo de comida e caça. Mas aprecia muito em suas oferendas, a batata-doce, com fumo-de-rôlo, milho e aguardente com sumo de ervas e mel, muito mel. Ele também é "balé", ou seja, atua também nos cemitérios e transita, assim como Iansã, por estas bandas. Afinal, ele pode entrar em qualquer portal, ou gira. Por ser o orixá das folhas e conhecedor dos seus poderes, Ossaniyn também é curador e um grande feiticeiro. Dizem que ele juntamente com Oxum, são os grandes senhores dos feitiços de amor. E também, junto com as grandes mães ancestrais (yamins) comandam feitiços de naturezas diversas.
Por esta razão ele é reverenciado, até pelos próprios orixás. E temido também. Dentro da nação, acredita-se que este orixá é responsável pela construção sólida de um barracão, ou terreiro. Não se pode ter um barracão próspero, se não houver um assentamento de ossanyin bem feito. Ele traz os orixás, assim como também os leva de volta, se não apreciar o andamento das cerimônias, se houver mistificação, ou se for dada pouca importância a ele. Por isso dizemos que não se prende ossanyin em um barracão. Essa energia permanece em um barracão, se este for construído sobre bases sólidas. Não se deve indispor com este orixá. A ira dele é implacável, pois ele é temperamental, ou melhor, não aceita injustiça nem arrogância. é de natureza independente, por isso diz-se que é um orixá solitário. Vive só na mata e se mantém em equilíbrio com ela, sem necessitar dos outros orixás. É auto-suficiente. Por isso seu poder é ao mesmo tempo, benéfico e perigoso.
Seu elemento é Terra ou ar, já que está inserido em toda a natureza. Os roda-moinhos, os furacões, também são seus fundamentos e formas de expressão dessa divindade. Por isso, a afinidade deste orixá com Iansã é grande, pois esta yabá também tem essas formas da natureza como elementos representativos. Ossanyin é um orixá versátil. Transita em diversos cultos, mesmo não sendo reconhecido. É orixá ligado a questões idealistas, ecológicas, científicas. Tem afinidade com o mar também, principalmente quando se fala nos grandes cataclismas e roda-moinhos. é uma força de movimento, início, impulsão. Merece ser mais estudado e reconhecido. Mas, infelizmente, poucos falam deste orixá, pois poucos o conhecem.
Seu símbolo é um pássaro (Eye). O seu Igbá ory é representado com ferro, através de uma árvore com sete ramos com o Eye na sua aste central. Seu dia da semana é quinta-feira.







As nações do candomblé

Existem diversas nações aqui no país que dão corpo ao candomblé: Nagô ou Iorubá, Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português), Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo ; Ijexá principalmente na Bahia;Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo; Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão; Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto). Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Quicongo e Quimbundo línguas. Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios); Jeje.
A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje, (Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje) ; Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão.
Apesar de muitos pensarem que o candomblé é uma religião panteísta, por reverenciar várias divindades, não é verdade. É religião monoteísta, pois acredita em um Deus, chamado Olorum, para a nação Ketu; Nzambi, ou Zambiapongo para a nação Bantu e Mawu, para a nação Jeje. Em virtude do sincretismo com a religião católica, estes são considerados o mesmo Deus.

Candomblé, religião dos orixás.

Candomblé é o culto realizado para reverenciar os orixás (forças da natureza), e por esta razão é uma religião chamada anímica. Teve origem no Brasil com a vinda dos negros escravos africanos, entre 1549 e 1888. O interessante sobre esta cultura é que, na África, a religião se baseia no culto aos ancestrais, e este culto era dividido em nações, ou grupos. Com a escravidão e a vinda destes "reis africanos" para o Brasil, houve uma mistura entre estas nações (Yorubá, Fon, ewe, etc.), unindo vários ritos em um só, e dando força à criação do candomblé.
O Brasil foi o principal país onde tal religião foi construída. Mas, outros países também reverenciam o camdomblé, como também Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia, Panamá e México. Na Europa: Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.
Por ser parte de um ritual religioso realizado por negros escravos, o candomblé enfrentou preconceitos por parte da Igreja católica, referência religiosa dominante na época. Por conta disso, foi marginalizada e proibida por vários governos. Mas isso não impediu a sua divulgação. Mesmo sendo proibida, as "reuniões" entre os escravos nas senzalas ocorriam, e lá esrtes se comunicavam com seus orixás. Para que pudessem continuar reverenciando seus deuses, os negros passaram a fazer um paralelo entre estes e os santos católicos. Daí surgiu então, o sincretismo religioso, que até hoje se vê nos candomblés e templos espiritualistas. A partir da abolição da escravatura, em 1888, o candomblé tomou força e expandiu. Estabeleceu-se com seguidores de diversas classes sociais e criações de milhares de templos. No Brasil, o Estado onde mais esta religião se expandiu foi na Bahia, particularmente em Salvador, com a criação de 2330 templos.
O Candomblé não deve ser confundido com Umbanda, Macumba e/ou Omoloko, outras religiões afro-brasileiras com similar origem; e com religiões afro-americanas similares em outros países do Novo Mundo, como o Vodou haitiano, a Santeria cubana, e o Obeah, em Trinidade e Tobago, os Shangos (similar ao Tchamba africano, Xambá e ao Xangô do Nordeste do Brasil) o Ourisha, de origem yorubá, os quais foram desenvolvidas independentemente do Candomblé e são virtualmente desconhecidos no Brasil.
O candomblé é o resultado desta transição dos negros escravos para países como o nosso, ou seja, uma união de culturas. As nações africanas fonte desta religião ( yoruba, ewe, fon, e bantu) foram se espalhando em diversas regiões do país, entre grupos étnicos diferentes, o que gerou "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais. Por isso, o candomblé é único.

Sejam benvindos!!!



Oi, amigos! Criei este blog com vários objetivos: informação sobre as religiões espiritualistas e também para arquivar lembranças nossas, como festas, reuniões, etc. espero que além disso, este blog também seja consultado como fonte de informações da nossa religião, tão discriminada. Vamos dar um basta ao preconceito e a discriminação religiosa.

A verdade sobre a Divindade se encontra dentro de cada um de nós e não depende de ritos. Cristo não criou rituais, na sua passagem pela Terra, para mostrar ao mundo que pouco importava para Ele e para Deus, a forma como nos comunicávamos com Ele. Bastava emanar amor à Deus e ao próximo, como a nós mesmos, assim o Mestre falou. Então, basta de intolerância religiosa! Quem somos nós para julgarmos as relaidades espirituais? Não somos ninguém.

E, se nos concentrarmos e estudarmos a fundo, a origem dos rituais, veremos que em algumas situações, são necessários, por conta da espiritualidade que nos cerca. às vezes, se faz necessário sacrifício, iniciação e outros "oros", como dizem os candomblecistas. Portanto, deixemos de lado os julgamentos. Cada um se paroxima de Deus, de acordo com sua realidade espiritual. Este será o objetivo do site. Muito axé para todos!