sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

História da influência das ervas no cotidiano do homem, desde tempos longíncuos

Não poderia deixar de mencionar aqui, o poder das folhas e sua influência no cotidiano do homem, já que este blog foi e será dedicado a falar também desta deidade tão ligada à natureza vegetal que é Òsanyín.

O homem não pode se destacar da natureza. Tudo no planeta está interligado e necessita da troca de energias entre as formas para continuar pulsando. Esta é a raiz da vida e este é o domínio de Ósanyìn. Ele, o responsável pela execução da fotossíntese, e na fabricação de oxigênio pela troca energética da respiração animal, que nos proporciona o gás carbônico, é o grande "farmacêutico" e cientista do astral, que processaa o mecanismo metabólico pelo qual o oxigênio é gerado, e assim mantém a vida na Terra.  Por esta razão, aqui será o espaço onde saberemos, ou buscaremos reter da melhor forma, o conhecimento sobre os vegetais e sua influência histórica na vida do homem, unindo ciência e religião numa busca incessante pela exaltação da Mãe Terra.

O uso das ervas litúrgicas data dos primórdios da humanidade e remete a povos obscuros, tais como o povo Atlantis, que tinha como recurso bélico, científico e religioso, o uso daquilo que provinha da natureza, que eram os animais e os vegetais. 
A mais antiga menção conhecida sobre a Atlântida foi feita pelo filósofo grego Platão (428-347 a.C.) em dois dos seus diálogos (Timeu e Crítias).[3] Platão conta-nos que Sólon, no curso das suas viagens pelo Egito, questiona um sacerdote que vivia em Sais, no delta do Nilo, e que este lhe fala de umas tradições ancestrais relacionadas com uma guerra perdida nos anais dos tempos entre os atenienses e o povo atlante. Segundo o sacerdote, o povo de Atlantis viveria numa ilha localizada para além dos pilares de Heracles, onde o Mediterrâneo terminava e o Oceano começava. Quando os deuses helênicos partilharam a terra, conta o sacerdote, a cidade de Atenas ficou para a deusa Atena e Hefesto, mas Atlântida tornou-se parte do reino de Poseidon, deus dos mares.
Em Atlântida, nas montanhas ao centro da ilha, vivia uma jovem órfã de nome Clito. Conta a lenda que Poseidon ter-se-ia apaixonado por ela e, para poder coabitar com o objeto da sua paixão, teria erguido uma barreira constituída por uma série de muralhas de água e fossos aquíferos em volta da morada da sua amada. Desta maneira viveram por muitos anos, e desta relação nasceram cinco pares de gêmeos. O mais velho, o deus dos mares chamou Atlas. Após dividir a ilha em dez áreas circulares, o deus dos mares concedeu supremacia a Atlas, dedicando-lhe a montanha de onde Atlas espalhava o seu poder sobre o resto da ilha.
Em cada um dos distritos (anéis terrestres ou cinturões), reinavam as monarquias de cada um dos descendentes dos filhos de Clito e Poseidon. Reuniam-se uma vez por ano no centro da ilha, onde o palácio central e o templo a Poseidon, com os seus muros cobertos de ouro, brilhavam ao sol. A reunião marcava o início de um festival cerimonioso em que cada um dos monarcas dispunha-se à caça de um touro. Uma vez o touro caçado, beberiam do seu sangue e comeriam da sua carne, enquanto sinceras críticas e cumprimentos eram trocados à luz do luar.
Atlântida seria uma ilha de extrema riqueza vegetal e mineral. Não só era a ilha magnificamente prolífica em depósitos de ouro, prata, cobre, ferro, etc., como ainda de oricalco, um metal que brilhava como fogo.

Os reis de Atlântida construíram inúmeras pontes, canais e passagens fortificadas entre os seus cinturões de terra, cada um protegido com muros revestidos de bronze no exterior e estanho pelo interior. Entre estes brilhavam edifícios construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas.
Tanto a riqueza e a prosperidade do comércio, como a inexpugnável defesa das suas muralhas, se tornariam imagens de marca da ilha.
Pouco mais se sabe de Atlântida. Segundo Platão, foi destruída por um desastre natural (possivelmente um terremoto ou maremoto) cerca de 9000 anos antes da sua era. Segundo Roger Paranhos, em seu livro Akhenaton - A revolução espiritual do antigo Egito[4] o continente de Atlântida foi destruído por um cometa. Talvez essa teoria possa ser corroborada pela hipótese do Cometa Clóvis [5], segundo a qual uma explosão aérea ou um impacto de um ou mais objetos do espaço sobre a Terra, ocorrido entre 12.900 e 10.900 anos atrás, desencadeou um período glacial conhecido por Dryas Recente e pode ter atingido o continente perdido e o submergido.
Crê-se ainda que os atlantes teriam sido vítimas das suas ambições de conquistar o mundo, acabando por ser dizimados pelos atenienses.
Outra tradição completamente diferente chega-nos por Diodoro da Sicília, segundo o qual os atlantes seriam vizinhos dos líbios e teriam sido atacados e destruídos pelas amazonas.
Segundo outra lenda, o povo que habitava a Atlântida era muito mais evoluído que os outros povos da época e, ao prever a destruição iminente, teria emigrado para a África, sendo os antigos egípcios descendentes dos atlantes.

Na cultura pop do séc. XX, muitas histórias em quadrinhos, filmes e desenhos animados retratam Atlântida como uma cidade submersa, povoada por sereias ou outros tipos de humanos subaquáticos.
Acredita-se que o berço de todas as religiões vem deste povo. Eles, com sua magnífica capacidade extrasensorial e inteligência, foram os responsáveis pela criação dos primeiros povos da Terra e pelo sentimento religioso. O povo egípcio é a mais fiel cópia deste povo desaparecido. Mas isto é uma história que vamos debater em outro tópico. O que mais marcou neste povo, além de sua capacidade magnética e extrasensorial, foi o uso dos recursos naturais de forma consciente. As primeiras poções e encantos parecem ter surgido de lá. Muito se perdeu com seu desaparecimento, mas muito foi espalhado entre os povos do mundo, sendo o principal, ou senão, o mais comentado,  o povo egipcio. 
O uso das folhas sempre foi a maneira de curar enfermidades, de adornar objetos religiosos e fonte de poder. Talvez tenha sido daí extraído a figura de Ósanyín e de muitos outros seres espirituais que hoje habitam e fazem parte da história espiritual dos povos.

Indo mais a frente no tempo, com a chegada do Renascimento, diversos monarcas, príncipes e poderosos encomendaram a construção de jardins faustosos, anexos às suas casas. A paixão pela natureza, o conhecimento do mundo vegetal e o acúmulo de plantas exóticas vindas dos confins do mundo não foram, contudo, as únicas razões que levaram a tal tarefa jardineira. Vejamos o exemplo do Jardim de Bomarzo, mandado construir por Vicino Orsini nas redondezas de Viterbo, um bosque iniciático, onde a presença de figuras mitológicas recriava todo um significado simbólico que ainda hoje suscita interesse entre os estudiosos. Ou, o Jardim que  Felipe II mandou construir em Aranjuez, exmplo máximo do urbanismo paisagístico que serviu de matéria-prima de elixires e essências medicinais fabricados com técnicas alquímicas graças ao trabalho de jardineiros, destiladores e herboristas.

Ao longo dos anos, esse duplo significado do mundo vegetal foi moeda de uso corrente entre os homens antigos. Estes, que buscavam na natureza signos e sinais do mágico, misterioso e oculto e que atualmente se perdeu, por conta da industrialização.

O Centauro Quíron e a história da Medicina vegetal ao longo do tempo

Plínio, grande enciclopedista da Antiguidade, conta que o Centauro Quíoron foi o primeiro herborista e boticário da humanidade. Quíron (em grego: Χείρων, transl. Kheíron, "mão"[Nota 1]), na mitologia grega, era um centauro, considerado superior por seus próprios pares. Ao contrário do resto dos centauros que, como os sátiros, eram notórios por serem bebedores contumazes e indisciplinados, delinqüentes sem cultura e propensos à violência quando ébrios, Quíron era inteligente, civilizado e bondoso,[1] e célebre por seu conhecimento e habilidade com a medicina. De acordo com um mito arcaico[2] foi criado por Cronos (Saturno, para os romanos), que, depois de ter assumido a forma de um cavalo para se esconder de sua esposa, Réia, engravidou a ninfa Filira.[3] A linhagem de Quíron também era diferente dos outros centauros, que eram filhos do Sol e das nuvens de chuva; os gregos do período clássico consideravam-nos frutos da união entre o rei Ixíon, atado permanentemente a um disco de fogo no Tártaro, e Nefele ("nuvem"), que Zeus teria criado à forma e semelhança de Hera.

Abandonado, Quíron foi encontrado por Apolo, que o criou como pai adotivo e lhe ensinou todos os seus conhecimentos: artes, música, poesia, ética, filosofia, artes divinatórias e profecias, terapias curativas e ciência. Tradicionalmente habitava o Monte Pélion. Ali se casou com Cariclo, também uma ninfa, que lhe deu três filhas: Hipe (Melanipe ou Euípe), Endeis e Ocírroe, além de um filho, Caristo. Grande curandeiro, astrólogo e um respeitado oráculo, Quíron era tido como o último dos centauros, e altamente reverenciado como professor e tutor. Entre seus pupilos estavam diversos heróis, como Asclépio, Aristeu, Ajax, Enéas, Actéon, Ceneu, Teseu, Aquiles, Jasão, Peleu, Télamon, Héracles, Oileu, Fênix e, em algumas versões do mito, Dioniso.

Ele ficou conhecido pelo conhecimento de medicamentos simples. Diz a lenda que Apolo, lhe confiou a educação de seu próprio filho Asclépio, Deus da Medicina e desta maneira a humanidade recebeu o conhecimento das propriedades medicinais das plantas. Pode-se perceber então, que desde as origens da vida na Terra, o homem utiliza o que a natureza dispões para se alimentar, vestir e curar. Segundo a doutrina galena, formulada pelo médico Galeno de Pérgamo no primeiro século de nossa era,  o Reino Animal proporciona alimentos; o vegetal, medicamentos, o mineral venenos. Mas isso hoje já foi ampliado, pois sabemos que tudo cura, mata e alimenta, independente de sua natureza animal, vegetal, ou mineral. Até porque mesmo naquela época, os receituários antigos continham minerais e animais curativos, ervas venenosas e outros.

O tempo faz com que este conhecimento se perca entre os homens,, principalmente com o advento da industrialização nos séculos seguintes. Mas, os historiadores buscando a origem dos ensinamentos, acharam um dos primeiros escritos sobre o tema, o Papiro Ebers, com mais de 3.500 anos de antiguidade. Denominado assim por seu tradutor, o egiptólogo George Moritz Ebers, foi encontrado na cidade de Luxor. Trata-se do mais importante escrito sobre Medicina Egípcia, onde se identifica cerca de 150 plantas de utilidade terapêutica. Os primeiros estudos dedicados exclusivamente ao mundo vegetal devem-se a Teofrasto (372-288 a.C.), discípulo de Aristóteles e autor de duas grandes obras. A primeira Historia palntarum, era um tratado de nove volumes sobre morfologia, geobotânica, farmacognosia e classificação. A segunda, De causis palntarum constava de seis volumes e tratava de temas referentes a germinação, desenvolvimento, florescimento, frutificação e proliferação . Mais adiante, houve a obra do enciclopedista romano Plínio(23-79), unico autor do Império Romano que se destacou por seus estudos botânicos. Escreveiu uma enciclopédia Naturalis historia de trinta e sete volumes, onde metade eram  dedicados a botânica. Compilou quase, senão todo o saber botânico da época, fazendo refer~encia a usos, costumes e lçendas sobre as plantas da antiguidadade, cerca de dois mil escritos de autores gregos e romanos. E com ele muitos outros, como Pedáneo Discórides Anazarbo, cirurgião de Nero grande conhecedor e pesquisador das plantas medicinais. Os textos de Discórides, após invenção da imprensa, foi editado inúmeras vezes e tido como referência médica  da época da Idade Moderna na Europa.: De materia medica, a bíblia das plantas medicinais para os amantes das plantas nos mil e quinhentos anos seguintes.

Com a colonização das Américas pelos espanhóis, o interesse e entusiasmo pelas plantas aumentou. Desde as primeiras explorações, o intercãmbio entre as duas culturas se fez, ampliando conhecimentos entre o Velho e o Novo mundo, desde o século XVI. Inúmeras obras sobre as plantas daquela localidade foram publicadas e dessa forma, o espectro mágico vegetal aumentou consideravelmente.

O momento crucial foi então no Século XVIII, com a classificação taxonômica e seus critérios criados pelo médico sueco Carl V. Linné (1707-1778) que universalizou os nomes das plantas e dos animais e facilitou os estudos e pesquisas.

Bem, este artigo é um pouco da história da influência do mundo vegetal na vida cotidiana do homem. E é aí que encontramos a afinidade e interação entre o homem e Divindade Ósanyín, que também é muito antiga e talvez esteja inseridsa desde estes tempos, ou tempos mais antigos ainda, já que a população africana também interagia com os povos circundantes, tais como Romanos, egipcios e outros. Mas isto comentaremos em outro tópico.












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