sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As propriedades medicinais e mágicas das plantas, ao longo da história

Até o Século XVIII, momento em que a Botânica é proclamada como ciência independente, responsável pelo estudo e classificação vegetal, o seu uso medicinal era usado indistintamente por boticários e médicos.  A disciplina que estudava as plantas e sus usos medicinais era chamada de Materia medica e era a principal doutrina juntamente com a arte de manipular medicamentos, objeto de estudo dos boticários de antigamente. Desde as civilizações mais antigas, o ser humano se dedica em aperfeiçoar e aumentar o cultivo de plantas para sua alimentação e medicina, através do conhecimento oral passado de geração em geração pelos antigos e pelas primeiras obras registradas na história. Até o século XIX os medicamentos eram feitos, quase em sua totalidade, a partir de plantas que o boticário se encarregava de cultuivar e colher para preparar suas misturas. A terapia vegetal é menos eficaz que a química, pois os efeitos são mais suaves. Em contrapartida observa-se um menor número de efeitos colaterais. 
Hoje em dia, parece-nos muito fácil conhecer as propiedades das plantas, bastando consultar um bom livro, ou uma rede reconhecida na internet. Mas como os antepassados souberam para que servia cada planta? Lendo o livro da natureza. Era preciso buscar nos vegetais os sinais que identificassem sua utilidade. Essa era a 'mágica' da coisa. bastava uma planta ter o formato de um coração, para ela ser utilizada para males deste tipo. Era o princípio uiniversal da lei da semelhança. ou teoria dos sinais, que dizia que todo vegetal estava marcado pela nmatureza e era bom para aquilo que indicava. As folhas de sálvia, com seu formato de língua, textura característica semelhante às pailas gustativas, era usada para para doenças da boca. As folhas de erva-de-são-joão, cheias de pontinhos transparentes, eram associadas a propriedades cicatrizantes. O olho do Diabo, semelhante ao órgão genital masculino, foi utilizado como afrodisíaco para o gado. Daí seu nome em latim: Ithiphalus impudicus. é claro que nem sempre os antigos e seus sinais estavam certos sobre os sinais das plantas, mas a maioria dessas observações intuitivas dos antigos é correta. Hoje, temos a vantagem do avanço científico, para comprovarmos a utilidade e/ou os perigos de usar uma amostra vegetal, ou não. Devemos aproveitar esses conhecimentos antigos e aplicar no nosso cotidiano, quando possível, pois reaprocimar-se da natureza faz-nos aproximar de nossa própria essência e nos torna mais saudáveis.
A religião de base africana, como candomblé e a umbanda vem resgatar isso. Buscando pela doutrina da oralidade, o caminho para curar males do corpo e também do espírito, e encontrando resultados em suas buscas. hoje em dia, há relatos inúmeros sobre a ação curativa do uso das ervas em religiões como essas e nos tratamentos holísticos que eles desenvolvem. E a ciência também vem caminhando no aprofundamento do estudo das artes holísticas em geral, tais como a radiestesia, a apometria e outros que uma ora ou outra, se cruzam com os rituais adotados pelos umbandistas e candomblecistas. É a comprovação científica auxiliando no processo de afirmação destes rituais. Isso é algo interessante, pois o homem, ao invés de se afastar da sua via natural, mesmo com a tecnologia e seus desvios do mundo espiritual, acaba voltando as suas origens pelas vias da própria tecnologia. É a maravilha da evolução espiritual que sempre arruma uma maneira para acontecer. 
Por isso, aqui neste espaço não pode deixar de falar sobre o ritual da sassain, ou sassanha falando abrasileiradamente, do ritual utilizado nos terreiros de candomblé de encantamento das folhas para os oros (rituais) específicos. Este ritual é de suma importância no culto, pois potencializa as folhas sagradas para o momento de sua utilização, seja para o corte de um animal, seja para a potencialização de um banho de ervas, ou para o uso curativo  através de unguentos e chás. é quando òsànyín se faz mais importante, pois é ele o orixá responsável pelo poder das folhas.


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